terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Rascunhando educação...

É indiscutível o papel da educação na formação dos indivíduos e do conjunto social vigente. Não é de hoje que a renda é fator decisivo para o acesso aos estudos de qualidade, mas a qualidade é questionável. O que seria uma educação de qualidade hoje em dia? Qualquer um responde sem pestanejar que qualidade é sinônimo de garantia de emprego e sucesso profissional. Cansei de ver por aí noticias sobre o analfabetismo funcional, sobre a dificuldade de leitura, escrita e até de percepção de mundo de vários jovens. Considero-me sortuda e lembro com muito orgulho de algumas professoras que me proporcionaram ótimas aulas no ensino publico, despertando em mim a importância da reflexão critica e o gosto pela leitura.

Numa matéria da Veja, que nem lembro de quando, que versava sobre a neutralidade da educação, babaquice tipico de Veja...Não há como ser neutro, ou conta-se a verdade ou não conta. Poderia eu em uma aula definir que o plano neo liberal de Margarete e E.U.A foram uma ótima solução para o sistema capitalista e que a abertura comercial no governo collor em 1990 era inevitável? Porque as aulas de física e quimica são só tecnica, formulas e mais fórmulas? E o contexto destas evoluções, das invenções? Tudo se perde no tempo, se perde na história mal contada. Um colega que leciona na rede estadual de ensino me contou indignado sobre o plano de ensino que havia recebido, em destaque o material de historia onde todas as formas de manifestação e qualquer tipo de revolução haviam sido deletadas do cronograma. Porque será? Seria supérfluo contar sobre a indignação e ação dos oprimidos? No meu histórico escolar consta as aulas de psicologia e sociologia, lembro que as aulas eram terríveis, uma enrolação. E pra variar o governo de são paulo tendo que readequar novamente estas disciplinas na grade curricular do ensino médio acabou cortando algumas aulinhas de historia e justificando que filosofia e sociologia compartilham de conteúdos que se completam num balanço final. Primeiro que os os professores de história não são lá essas coisas, segundo que os professores de sociologia e filosofia vão ensinar o que?? Se nem na universidade estas aulas são bem dadas, quem dirá no ensino médio. Não posso generalizar, mas em boa parte das escolas a pedagogia utilizada é das aulas independentes, cada professor na sua e não há interação de conteúdos, os conceitos de interdisciplinaridade, multi ou qualquer coisa que una conteúdos são desconhecidas. Os professores são ruins, salários ruins, condição de trabalho ruins. A carga horaria de aula foram reduzidas. Lembro que o colegial eram quatro anos e que tínhamos seis aula num período. Cortaram um ano e reduziram pra cinco aulas. O técnico de quatro anos reduziu pra um e meio. Apesar de tudo estar mudando, das informações serem processadas mais rapidamente, a aceleração do ensino me espanta. Volto ao ponto sobre a qualidade do ensino, onde o sucateamento do ensino publico vem subindo rumo as universidades. Nenhuma novidade. Sempre estudei em escola publica e o pouco que eu sabia das escolas particulares, não via tanta diferença,a não ser a estrutura física mais bonita e completa, uniformes jeitosinhos e um material didático bem colorido. Me preparei para o vestibular num sistema particular, hoje em dia muito comum e achei engraçado ao verificar que mais de 50% dos alunos eram do sistema privado. Se eu estava num pré vestibular pra sanar as deficiências do meu aprendizado num sistema publico sucateado, o que fariam ali os sortudos do ensino privado supostamente de qualidade?? No dia a dia, descobri que o ensino privado também é uma bosta.
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