terça-feira, 8 de abril de 2008

Quadrilha


João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para o Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.


Não sei ao certo quantos botões existem cá em minha cabeça, mas vira e meche gosto de usá-los, prosear com meus botões! A pauta destas prosas tão loucas com meus botões são sempre intensas, extensas e complicadas. Fico a desconfiar se são tudo isso mesmo ou se tenho o dom, ou seria a arte!!!?? Sim, desconfio que tenho a arte de complicar o descomplicado e o que parece complicado para outros são realmente tão simples para mim... As informações que chegam, costumo digeri-las muito bem, ás vezes nem sobra nada, muito menos conclusão, desaparecem com um simples apertar da descarga! A descarga do banheiro?? Do vaso sanitário? Hehehehe A minha descarga cerebral! Nossa quanta groselha! Seria o mundo de metáforas que gosto muito de utilizar!? Existem pessoas que só sabem falar sério e dar exemplos muito reais para tudo! Eu não consigo, meu mundo é feito de comparações simples e metáforas que somente eu entendo, eu acho... Mas voltando aos botões, estava cá a pensar com eles sobre a teia da vida e me deparei com um escrito de Drummond chamado Quadrilha que representa a dança da vida bem como ela é, cheia de desencontros, encontros inesperados e muitos nem imaginados ou premeditados. Drummond deixa claro que nem sempre tudo (na vida) é como queremos, numa dança das relações (a quadrilha!! Que não é de bandidos viu!?), neste caso amorosas, mas que vão além do “amava”. Ahh Lili, essa sim muito esperta, não amava, opa!, diria que a única que não assumiu nada e chegou aonde queria, se era isso que ela realmente queria. Gente! Como é louco ficar analisando poesias! Mas como cantava Cazuza: O tempo não para! Não para! E com isso traçamos a linha da vida cheia de esperanças, angustias e conflitos. E por que não alegrias e realizações?! Creio que ainda estou aprendendo a dançar a quadrilha da vida. Primeiro eu sempre odiei aquelas quadrilhas nos tempos de festas juninas, lembro-me da minha primeira dança... eu estava vestida de noivinha caipira, banguela e com uma franja horrorosa! Lembrança terrivelmente engraçada. Mas enfim, a vida é uma dança que nem sempre podemos escolher a música, mas podemos criar a coreografia!!!!! É assim que vai se dando a prosa com meus botões...


Em latim!

lohannes ardebat Theresiam quae ardebat Raymundum
qui ardebat Mariam quae ardebat loachim qui.ardebat Lilim
quae ardebat neminem.
lohannes ad Status Foederatos fecit iter, Theresia ad claustrum,
Raymundus fatali obiit casu, Maria vitam vixit virgo,
loachim propria se interfecit manu atque Lilim sibi iunxit J. Pinto Fernandes
qui fabellam non ingressus fuerat.

Um comentário:

Anônimo disse...

Grande Drummond, voce deveria ter falado sobre a musica que ficou cantarolando ontem né senhorita? "a primeira festa, a primeira fresta e o primeiro amor iôiô" desafinada que só vendo bejo gorda